segunda-feira, 5 de março de 2012

MICROECONOMIA: APETITE CHINÊS




Na crítica de Delfim Netto, autor faz uma extensão de sua visão de realidade para a Globalização e para a comparação do mercado mundial versus mercado chinês. O autor tem uma visão holística e futurista do mercado mundial ainda sendo catalisado pela competição chinesa.

Baseado numa situação de disputa entre Estados Unidos e China, o autor exemplifica as estratégias do governo chinês para dominar o mercado externo, através da determinação do fechamento temporário da maior parte de suas indústrias de terras raras, englobando elementos químicos essenciais para aplicações de alta tecnologia, como componentes de computadores, turbinas de geração de energia eólica e lâmpadas fluorescentes compactas. O autor frisou essa situação porque a China possuía as maiores reservas mundiais estimadas, com o controle de 95% da produção mundial.

Segundo Netto, o “desenvolvimento é basicamente alimentado pelas inovações”, o que quer dizer que os Estados Unidos estão a um passo para perder o “reinado” da tecnologia para a China. Desde 2007 o país chinês está na liderança no item competitividade tecnológica. Mas a receita está na manufatura de baixo custo, o foco em tecnologia de ponta e a combinação com a crescente ênfase em pesquisa e desenvolvimento.

Delfim Netto critica os mercados mundiais, considerando suas visões “embaçadas” e suas ações retardadas, deixando a China passar à frente por displicência e ineficácia. Segundo o autor, a china está deixando o mercado mundial dependente da mão-de-obra chinesa e de suas manufaturas. Exemplo disso é a dificuldade em encontrar um produto “made in USA” nas grandes redes comerciais de toda a América, incluindo fortemente os EUA.

Segundo Delfim, o que interessa para a China é o lucro imediato a qualquer preço. Enquanto os ocidentes terceirizam as táticas e ganham em curto prazo, a China assimila essas táticas, cria unidades produtivas de alto desempenho para dominar em longo prazo.

Netto exemplifica as condições dos EUA há 30 anos atrás como os maiores produtores do mundo, porém numa época errada, ao contrário da sabedoria chinesa, que soube esperar o momento certo para aplicar seu “tiro de misericórdia”. O mais interessante de tudo isso é que Netto frisou que sua conquista nos mercados foi com muito esforço na mão-de-obra, com baixos custos, métodos primitivos e incentivos apropriados, a custo de paciência e oportunidade para agir, sem comprometer a política financeira do país.

Ainda há um caso agravante nessa crítica feita por Delfim Netto: a competição de mercado do futuro. A china sempre teve suas portas fechadas para a economia de fora. Enquanto as grandes potências mercadológicas ficam com as marcas e os desenhos e grifes, os chineses ficam com a produção, assistindo, estimulando e contribuindo para derrubar os parques industriais ocidentais.

Netto reconhece o propósito da competição de mercado, e apóia os estímulos chineses através da taxa de câmbio desvalorizada, taxa de juros baixa e amplo crédito de exportação, que poderiam ser oferecidos para quem investir localmente. Porém, somente a China tem se mostrado “o mais apetitoso mercado interno do mundo”, e por isso tem chegado à frente dos outros países. Quando o mundo se der conta, será muito tarde, porque a China terá as taxas de mercado em seu domínio e poderá controlar os preços dos produtos, catalisando diretamente numa Nova Ordem Mundial.

Essa carta do economista Delfim Netto, alertando-nos do nosso trágico futuro econômico, trata de assuntos sobre o comando da China diretamente sobre nossos bolsos, e que são de valores para os Economistas, Matemáticos Financeiros, Contabilistas e Administradores em geral, tanto no mundo acadêmico como nas áreas de pesquisas científicas, ajudando a nos preparar para a “paulada” político-econômica que está por vir.

Nenhum comentário:

Postar um comentário