AMBIENTE ORGANIZACIONAL E ABSENTEÍSMO
SEGUNDO
CHIAVENATO
Resumo apresentado à disciplina Gestão de
Pessoas I do curso Bacharelado em Administração de Empresas da Unidade de Ensino
Superior de Feira de Santana como requisito parcial de avaliação da disciplina.
Professora Ellianjose Junqueira Ayres
FEIRA DE SANTANA - BA 2012
1
INTRODUÇÃO
O objetivo deste resumo
consiste em abordar de forma rápida o que significa o subsistema de provisão de
Recursos Humanos, qual ponto de vista administrativo e qual sua importância
cultural.
Atualmente a gestão de
pessoas depara-se com os desafios em garantir um crescimento constante atrelado
ao bem-estar dos funcionários da empresa, decorrente das mudanças associadas ao
processo de globalização, ao avanço constante das tecnologias de informação e
comunicação, às mudanças constantes nos comportamentos dos consumidores, à
necessidade de buscar algo novo no mercado e de buscar novas atividades onde as
fronteiras entre setores são cada vez menores.
Os processos de provisão
são aqueles responsáveis pelos insumos humanos e envolvem todas as atividades
relacionadas com pesquisa de mercado, e estão relacionados com o suprimento de
pessoas para a organização.
Devemos entender como
funciona o ambiente em que a organização está inserida e como eles buscam as
pessoas para introduzi-las em seu sistema. assim, saberemos como funciona os
processos de provisão.
2 O AMBIENTE ORGANIZACIONAL
Toda organização opera
dentro de um ambiente em que existem outras organizações. que recebem do
ambiente dados e informações para tomada de decisões, os insumos necessários à
sua operação, entrada de recursos financeiros, entrada de recursos humanos, restrições
impostas pelo ambiente e resultados provenientes de suas operações.
Os recursos humanos
ingressam e saem do sistema, gerando uma dinâmica particular.
2.1 Mercado de recursos humanos e mercado de
trabalho
Mercado é um termo que
significa "espaço econômico", onde se convergem as forças de oferta e
demanda e se realizam trocas de bens. Seu conceito de mercado apresenta três
aspetos importantes, como:
a) Uma dimensão de
espaço;
b) Uma dimensão de
tempo;
c) Uma dimensão de
oferta e demanda.
Em termos de provisão de
recursos humanos, existem dois tipos de mercados bem distintos:
a) Mercado de
Trabalho ou Emprego;
b) Mercado de
Recursos Humanos.
Emprego significa a
utilização do trabalho humano em troca de remuneração, associada aos fatores de
produção, que incluem a terra e o capital. O mercado de trabalho funciona em
termos de oferta e demanda de empregos. Há no mercado de trabalho três
situações possíveis:
a) Oferta >
Procura: há excesso de emprego e escassez de candidatos para preenchê-las. A
situação de oferta de emprego acarreta as seguintes consequências para as
organizações:
§ Fortes investimentos
em recrutamento para poucos candidatos ou abaixo do padrão de qualidade
desejado;
§ Critérios de seleção
menos rigorosos;
§ Fortes investimentos
em treinamentos de pessoal para compensar a inadequação dos candidatos;
§ Ofertas salariais
mais estimulantes para atrais mais candidatos;
§ Altos investimentos
nos benefícios sociais;
§ Ênfase no
recrutamento interno e dinamizar planos de carreira;
§ Forte concorrência
entre as organizações;
§ Cuidados especiais
por causa dos recursos escassos.
Para os candidatos, há
as influências:
§ Excesso de vagas e de
oportunidades de empregos no mercado;
§ Os candidatos têm um
leque de opções onde poderá escolher o que for melhor;
§ As pessoas se arriscam
em sair das suas organizações para tentar uma oportunidade melhor;
§ As pessoas sentem-se
dominantes na situação e passam a fazer reivindicações de aumentos de salários
e melhores benefícios sociais, tornam-se mais indisciplinadas e aumentam o
absenteísmo.
b) Oferta = Procura:
há um relativo equilíbrio entre o volume de candidatos e o volume de empregos a
serem preenchidos.
c) Oferta <
Procura: há pouquíssima disponibilidade de emprego e excesso de candidatos para
preenchê-las. Para as organizações, essa situação acarreta:
§ Baixos investimentos
em recrutamento por causa da espontaneidade de candidatos;
§ Critérios de seleção
mais rigorosos;
§ Baixos investimentos
em treinamentos por causa do aproveitamento dos candidatos já treinados e com
bagagem de experiências anteriores;
§ Ofertas salariais
mais baixas porque os candidatos se dispões a aceitá-las;
§ Baixos investimentos
em benefícios sociais;
§ Ênfase no
recrutamento externo e substituição de empregados por candidatos de melhor
qualificação.
§ Não há competições
entre as organizações quanto ao mercado de recursos humanos;
§ Não necessita de
cuidados especiais por causa da abundância.
Para os candidatos,
há as influências:
§ Escassez de vagas e
oportunidades no mercado;
§ Concorrência dos
candidatos entre si;
§ As pessoas preferem
fixar-se nas organizações, por medo das filas de concorrência;
§ As pessoas se
comportam delicadamente nas suas organizações, sem dar vazão a possíveis
desligamentos e diminuem o absenteísmo.
Uma das tendências na
Era da Informática é a gradativa sofisticação do emprego: o trabalho industrial
está se tornando cada vez mais cerebral e mental e cada vez menos braçal. As
pessoas estão usando cada vez mais a automação em seus processos de trabalho.
Outra tendência é o capital intelectual, que é mais importante que o capital
financeiro, além da globalização tanto do conhecimento quanto da economia. O
mercado de trabalho está se tornando cada vez mais mundial e deixando de ser
local.
O mercado de recursos
humanos é constituído pelo conjunto de pessoas aptas ao trabalho e é definido
pelas pessoas empregadas ou desempregadas porém aptas ao trabalho; são
candidatos potenciais em relação a determinadas oportunidades de emprego.
O mercado de mão-de-obra
é um segmento de operários não qualificados, sem experiência prévia e sem
instrução básica.
3
ROTATIVIDADE DE PESSOAL
O termo rotatividade
de recursos humanos é usado para definir a flutuação de pessoal entre
uma organização e seu ambiente; é expressa por meio de uma relação percentual
entre as admissões e os desligamentos com relação ao número médio de
participantes da organização, no decorrer de certo período de tempo, seja para
desenvolver diagnósticos ou para promover providências.
Os desligamentos de
pessoal precisam ser compensados através de novas admissões, para se manter o
nível de recursos humanos em proporções adequadas para a operação do sistema.
Em toda organização saudável ocorre normalmente um pequeno volume de entradas e
saídas de recursos humanos, ocasionando uma rotatividade meramente vegetativa e
de simples manutenção do sistema.
A rotatividade de
pessoal pode estar orientada no sentido de inflacionar o sistema com novos
recursos (entradas < saídas) para incentivar as operações e ampliar os
resultados, ou vice-versa.
Às vezes a rotatividade
pode escapar ao controle da organização quando os desligamentos efetuados por
iniciativa dos empregados aumentam de volume.
Se a rotatividade, em
níveis vegetativos, é provocada pela organização para substituir parte de seus
recursos humanos por outros melhores encontrados no mercado, então a
rotatividade encontra-se sob controle da organização.
Um índice de
rotatividade de pessoal equivalente a zero não ocorre na prática e nem seria
desejável, pois denotaria um estado de total rigidez e esclerosamento da
organização. Por outro lado, um índice de rotatividade de pessoal muito elevado
também não seria desejável, pois refletiria um estado de fluidez e entropia da
organização, que não conseguiria fixar e assimilar adequadamente seus recursos
humanos. Não há um número que defina o índice ideal de rotatividade, mas um
índice muito elevado refletiria um estado de fluidez e entropia da organização,
que não conseguiria fixar e assimilar adequadamente seus recursos humanos.
3.1 Cálculos de índice de rotatividade de pessoal:
LEGENDA:
A = admissões de pessoal dentro do período considerado
(entradas);
D = desligamentos de
pessoal, tanto por iniciativa da empresa com por iniciativa dos empregados,
dentro do período considerado;
EM = efetivo médio dentro do período considerado. Pode ser
obtido pela soma dos efeitos existentes no início e no final do período.
De = demissões
espontâneas a serem substituídas;
N1 + N2 + Nn... = somatória dos
números de empregados no início de cada mês;
a = número de meses do
período;
R = recebimentos de
pessoal por transferência de outros subsistemas (departamentos ou seções);
T = transferências de
pessoal para outros subsistemas (departamentos ou seções).
a)
Medir
o índice de rotatividade para efeito do planejamento de RH:
b)
Analisar
as perdas de pessoal e suas causas (desligamentos):
c)
Analisar
os desligamentos por iniciativa dos empregados:
d)
Analisar
a rotatividade por departamentos ou seções
3.2 Diagnóstico das causas da rotatividade de pessoal
A rotatividade de
pessoal não é uma causa, mas o efeito de certos fenômenos localizados interna
ou externamente à organização que condicionam o comportamento do pessoal.
Dentre os fenômenos
externos, podemos citar:
§ Situação de oferta e
procura de RH no mercado;
§ A conjuntura
econômica;
§ As oportunidades de
empregos no mercado de trabalho.
Dentre os fenômenos
internos, podemos citar:
§ A política salarial
da organização;
§ A política de
benefícios da organização;
§ O tipo de supervisão
exercido sobre o pessoal;
§ As oportunidades de
crescimento profissional oferecidas pela organização;
§ O tipo de
relacionamento humano dentro da organização;
§ O moral do pessoal da
organização;
§ A cultura
organizacional da empresa;
§ A política de
recrutamento e seleção de recursos humanos;
§ Os critérios e
programas de treinamento de recursos humanos;
§ A política
disciplinar da organização;
§ Os critérios de
avaliação do desempenho;
§ O grau de
flexibilidade das políticas da organização.
As informações a
respeito desses fenômenos são obtidas por meio das entrevistas de desligamentos
feitas com pessoas que se retiram para diagnosticar as falhas e corrigir as
causas que estão provocando o êxodo do pessoal. Um dos melhores indícios de uma
boa política dos recursos humanos é a permanência do pessoal na organização,
principalmente quando acompanhada da participação e dedicação das pessoas.
A entrevista de
desligamento deve verificar:
§ Motivo do
desligamento (por iniciativa da empresa ou empregado);
§ Opinião do empregado
sobre a empresa;
§ Opinião do empregado
sobre o cargo que ocupa na organização;
§ Opinião do empregado
sobre seu chefe direto;
§ Opinião do empregado
sobre seu horário de trabalho;
§ Opinião do empregado
sobre as condições físicas ambientais dentro das quais desenvolve seu trabalho;
§ Opinião do empregado
sobre os benefícios sociais concedidos pela organização;
§ Opinião do empregado
sobre seu salário;
§ Opinião do empregado
sobre as oportunidades de progresso que sentiu dentro da organização;
§ Opinião do empregado
sobre o moral e atitude de seus colegas de trabalho;
§ Opinião do empregado
sobre as oportunidades que encontram no mercado de trabalho.
As informações colhidas
por meio das entrevistas de desligamento e de outras fontes permitem uma
análise situacional da organização e uma avaliação dos efeitos da política de
recursos humanos desenvolvida pela organização, determinando as alterações
necessárias, com vista a estratégias que permitam sanar seus efeitos sobre a
rotatividade de pessoal.
4 DETERMINAÇAO DO CUSTO DA ROTATIVIDADE DE PESSOAL
Um dos problemas com que
o executivo de recursos humanos se defronta em uma economia competitiva é saber
até quanto vale a pena perder recursos humanos e manter uma política salarial
relativamente conservadora e “econômica”. Precisa-se avaliar a alternativa mais
econômica e saber até que nível de rotatividade de pessoal uma organização pode
suportar sem maiores danos, baseado em seus próprios cálculos e bases de
interesses.
A rotatividade envolve
custos, sendo eles:
a)
Custos primários – são diretamente
relacionados com o desligamento de cada empregado e usa substituição por outro;
Constituem a soma do custo de admissão mais o custo de desligamento. Incluem:
§
Custo
de recrutamento e seleção;
§
Custo
de registro e documentação;
§
Custo
de integração;
§
Custo
de desligamento.
b)
Custos secundários – envolvem aspectos
intangíveis e difíceis de avaliar numericamente e de característica
predominantemente qualificadas. Estão indiretamente relacionados com o
desligamento e consequente substituição do empregado. Incluem:
§
Reflexos
na produção;
§
Reflexos
na atitude do pessoal;
§
Custo
extralaboral;
§
Custo
extra-operacional.
c)
Custos terciários – estão relacionados
com os efeitos colaterais mediatos da rotatividade, que se fazem sentir a médio
e a longo prazos. Incluem:
§
Custo
extra-investimento;
§
Perdas
nos negócios.
5 ABSENTEÍSMO
O absenteísmo é a soma
dos períodos em que os empregados da organização se encontram ausentes do
trabalho.
1 Diagnóstico das
causas do absenteísmo
Nem sempre as causas do
absenteísmo estão no próprio empregado, mas na organização, na supervisão
deficiente, no empobrecimento das tarefas, na falta de motivação e estímulo,
nas condições desagradáveis de trabalho, na precária integração do empregado à
organização e nos impactos de uma direção diferente.
As principais causas
são:
§ Doença efetivamente
comprovada;
§ Doença não
comprovada;
§ Razões diversas de
caráter familiar;
§ Atrasos involuntários
por motivos de força maior;
§ Faltas voluntárias
por motivos pessoais;
§ Dificuldades e
problemas financeiros;
§ Problemas de
transportes;
§ Baixa motivação para
trabalhar;
§ Supervisão precária
da chefia;
§ Políticas inadequadas
da organização.
As causas do absenteísmo
precisam ser diagnosticadas e deve haver uma ação coordenada no nível de
supervisão com o devido suporte de políticas da organização e apoio da direção
para se tentar os níveis de ausências e atrasos do pessoal.
5.1 Cálculo do índice de absenteísmo
a) Quanto aos
empregados/dia de ausência em relação aos empregados/dias de trabalho:
b) Quanto às ausências de meios dias e os atrasos do pessoal:
Na
computação desses índices, sugere-se duas abordagens complementares:
a) Índice de absenteísmo sem afastados: considerando-se apenas as faltas
e os atrasos transformados em horas, relacionados com:
§ Faltas justificadas por motivos médicos;
§ Faltas por motivos médicos não justificadas;
§ Atrasos por motivos justificados ou não justificados.
b) Índice de absenteísmo com afastados: afastado por um período
prolongado:
§ Férias;
§ Licença de toda espécie;
§ Afastamento por doença, por maternidades e por acidentes de trabalho.
§
A escolha do índice mais adequado depende da
finalidade com que se pretenda utilizá-lo.
5.2 Como reduzir a rotatividade e o absenteísmo?
Tanto a
rotatividade como o absenteísmo constituem fatores de incerteza e de
imprevisibilidade para as organizações provocados pelo comportamento das
pessoas. O combate à rotatividade e ao absenteísmo é atuar sobre seus efeitos:
substituindo os empregados que se desligam ou descontando os dias perdidos ou
ausentes. A tendência exige que atuemos sobre as causas que provocam a
rotatividade e o absenteísmo em vez de aturar sobre seus efeitos, tornando-se
fundamental diagnosticar suas causas e determinantes.
Muitas
empresas estão modificando suas políticas de pessoal, redesenhando os cargos
para torná-los mais atraentes e desafiadores, re-estruturando a gerência, para
se tornar mais democrática e participativa, e revendo os salários, além das estratégias
motivadoras; os velhos relógios de ponto estão sendo substituídos por horários
flexíveis para tornar o trabalho adaptado às conveniências e necessidades
pessoais dos empregados.
Consta-se
que o tema absenteísmo ainda não ocupa uma posição estratégica dentro das
organizações e também nas esferas políticas, devido a carência de pesquisa
dentro desta área, que podem ser previstas e trabalhadas. É importante saber
que o absenteísmo não resulta de um único fator. Precisa-se analisar
cientificamente as causas que levam à índices elevados ou constantes.
6 CONCLUSÃO
Houve
dificuldade de encontrar uma organização com dados referentes à rotatividade e
ao absenteísmo dentro das empresas, mas podemos concluir que os três mais
graves efeitos negativos (custos primários, custos secundários e custos
terciários) estão no desenvolvimento da população laborativa de participar dos
benefícios do desenvolvimento econômico, dificultando a evolução e o
crescimento do mercado internacional, além de sérias restrições de participação
de pequenas e médias empresas no cenário econômico nacional.
A
rotatividade e absenteísmo de pessoal como fatores de variações no custo do
produto é um trabalho de pesquisa e estudo de caso que envolve conceitos e
interpretações de especialistas na ciência de contabilidade e na área de
recursos humanos.
7 REFERÊNCIAS
CHIAVENATO, Idalberto. Recursos Humanos. - Ed. compacta, 5. ed. - São Paulo: Atlas, 1988. Pag. 167 a 194.
PENATTI, Izidro. As conseqüências na gestão de pessoas. Niterói,
RJ. Disponível em <http://www.aedb.br/seget/artigos06/898_Seget_Izidro%20Penatti.pdf>.
Acesso em 23 de abril de 2012.
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