terça-feira, 15 de janeiro de 2013

GESTÃO DA TECONOLIGA DA INFORMAÇÃO - RESENHA DO FILME "REDE SOCIAL"



Baseado na obra de Bem Mezrich (do livro “The Accidental Billionaries”), o roteirista Aaron Sorkin e o diretor David Fincher fazem no filme “The Social Network” (conhecida no Brasil como “A Rede Social”) uma extensão de sua visão de realidade para empreendimentos que nascem de um hobby e que mais tarde ganha uma proporção comercial que excede a imaginação das pessoas.

Segundo o roteirista Aaron Sorkin e o diretor David Fincher, Mark Zuckerberg, um analista de sistemas graduado em Harvard, é um jovem solitário, arrogante, excêntrico, criativo, calculista, que comporta uma inteligência excepcional e ao mesmo tempo um complexo de inferioridade por não conseguir se manter num relacionamento afetivo. Mark, para chamar a atenção de um campus universitário, decide postar em seu blog críticas, revelações e detalhes de costumes, manias e comportamento de sua ex-namorada, o que agravou sua situação com ela. O diretor identifica nesta passagem os valores do Ego e os frutos que podemos trazer para nós.

Ainda neste primeiro momento, Aaron Sorkin e David Fincher revelam que Mark, insatisfeito com o desprezo de uma única pessoa, ele decide “hackear” fotografias pessoais de todas as meninas de Havard e criar um site (o “FaceMash”) com enquetes para todos os colegas de toda a faculdade votar na mais bonita e comparar a não escolhida num animal. O resultado foi a revolta e o desprezo de todos, exceto de seu melhor amigo Eduardo Saverin, que também recebeu por tabela o mesmo sentimento, por estar envolvido diretamente. O diretor Fincher revela a idéia de entrega ao descaso e ao fato de se assumir derrotado, na tentativa de igualar todos num mesmo conceito de que qualquer um pode ser avaliado e criticado.

No segundo momento, Aaron Sorkin e David Fincher descrevem a idéia que Mark vem trabalhando em construir uma rede social que possa envolver todos da faculdade e que possa ser de interesse coletivo. Sem saber exatamente o que fazer, foi procurado pelos irmãos gêmeos, Cameron Winklevoss e Tyler Winklevoss, juntamente com o amigo Divya Narendra, estudantes na área de esportes e sem conhecimento sobre linguagem Java e Programação, que expõem a idéia de fazer um site de rede social voltada exclusivamente aos alunos de Harvard, com autonomia de adicionar através de convites qualquer pessoa que não faça parte dela. É aqui que o diretor Fincher descreve o valor que as pessoas colocam numa pessoa que foi rejeitada por todos e a chance dela se redimir, além da confiança dos três rapazes depositada em Mark.

Segundo Aaron Sorkin e David Fincher, Mark encontrou a idéia que tanto procurava e teve uma visão um pouco mais criativa, acreditando que através dos pequenos detalhes adicionais era de direito ele acreditar que o projeto foi totalmente dele. Essa é a parte mais importante do filme, porque revela quem são as pessoas baseada na opinião da maioria. Realmente Mark foi a única opção que os irmãos Winklevoss e Narendra tinham para compartilhar suas idéias e contar com a parceiria? Ou a ignorância levou-os a procurar somente àquele que se popularizou?

Aaron Sorkin e David Fincher registra no filme o fascínio, a obsessão e o calculismo aflorados em Mark no projeto do “The Facebook”, levando-o a perder noites, amigos, prazeres, juventude e um diploma de nível superior. Mark não mediu esforços e tampouco a proporção do que levaria o seu projeto, mas seu desejo era crescente e o impulsionava a acreditar em suas idéias. O resultado desta crença e dedicação, com a ajuda financeira do amigo Eduardo, foi a aceitação de todos, popularização interna e externa dos membros da faculdade e a cobiça de pessoas fora da faculdade em receber um convite a participar dos perfis sociais e do projeto, como Sean Parker, co-autor do Napster – programa que derrubou a indústria fonográfica, levando as gravadoras, produtoras e artistas conceituados, como Madonna, a derrubá-lo – em se ingressar no projeto de Mark. Eduardo expressando ciúmes, abala-se a amizade entre ele e Mark, o que o leva mais tarde ao afastamento dos negócios graças à Sean. Fincher relata a comparação do que é mais importante: rever a companhia de quem esteve lado-a-lado desde o pó ou enxergar o futuro na companhia de quem dará quadros aos pilares já edificados?

Segundo Aaron Sorkin e David Fincher, o filme relata bem a história de um rapaz dedicado e revela alguns valores que são essenciais para a vida de uma pessoa. Mesmo que tenhamos fama e dinheiro, nada pode sobrepujar o anseio da alma que é a atenção, a afeição e a aceitação. Os “amigos” que lhes restaram no final da narração foram os que se aproximaram por interesses, e os que se distanciaram foram os que se decepcionaram e cultivaram ódio por toda a vida. Seu sucesso imortal o levou aos tribunais por aqueles que gostariam de estar ao seu lado, mesmo retratados pela inveja e ciúmes.

Esse filme pode ser uma análise importante para os gestores, empreendedores e estudantes de Administração, tanto no mundo acadêmico quanto nas áreas de pesquisa social, podendo ajudar na reflexão dos nossos comportamentos.

Além de interessante, esse filme serve para avaliarmos o mundo metafórico, filosófico e empreendedor, e nos desperta a curiosidade de saber como tudo funciona quando as idéias estão aflorando. Para isso devemos pesquisar outras fontes, com olhos mais clínicos, voltados para a ciência em sua amplitude e magnetismo.

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