UNIDADE
DE ENSINO SUPERIO DE FEIRA DE SANTANA – UNEF
CURSO
DE ADMINISTRAÇÃO DE EMPRESAS
GESTÃO
DA QUALIDADE TOTAL
PROFª.
ROBERTA SANTANA
02
ABR. 2012
EBERVAL CALAZANS SANTOS
RESENHA:
AS DIFERENÇAS NA GESTÃO DA QUALIDADE TOTAL
CORDEIRO, José
Vicente B. de Mello. Reflexões sobre a
Gestão da Qualidade Total: fim de mais um modismo ou incorporação do
conceito por meio de novas ferramentas
de gestão?. Curitiba: Ver. FAE, 2004.
José
Vicente analisa as novas técnicas e modismo de gestão baseada na Gestão de
Qualidade Total adotada por muitas organizações nos últimos anos, fazendo uma
extensão de sua visão de realidade para empreendimentos que nasce com a
preocupação de fazer melhorias no mundo da competitividade.
Segundo
o Vicente, o Japão foi modelo para uma identidade influente para as principais
empresas norte-americanas e européias, sendo um caso de estudo por quase uma
década e modelo para adoção de premiações de Qualidade Total nos Estados
Unidos, na Europa e até mesmo no Brasil.
De
acordo com o autor, um estudo feito por Slack, Chamber e Jhonston demonstrou um
declínio na eficácia da Qualidade Total a partir da metade da década de 90, o
qual inspirou a sua publicação, abrindo uma discussão para as possíveis causas
deste declínio.
Autor
cita quatro diferentes fases estudadas por Garvin (2002) para definir a
evolução da QT: era da inspeção, era do controle estatístico da qualidade, era
da garantia da qualidade e era da administração estratégica da qualidade.
Ainda
nesse primeiro momento, Vicente relembra a qualidade encontrada nos artesões e
em seus trabalhos feitos manualmente com perfeccionismo antes da revolução
industrial e da tecnologia da informática dominar esse espaço informal. O autor
também relembra que o surgimento da produção em larga escala padronizou a
tecnologia aplicada, possibilitando uma visualização ou análise mais precisa
dos defeitos dos produtos antes de chegar ao consumidor final, resultando em
“um aumento de custos de inspeção, que seria facilmente compensado pela redução
de gastos com retrabalho e perda de material”, além de elevar o nível de
qualidade apresentado.
O
autor observa que não houve mudança na definição “qualidade” mesmo havendo
mudança na forma de buscá-la. Através dos conceitos de Crosby (1979), sua
definição recente e mais coerente baseia-se como a conformidade dos
requerimentos de projeto e que mais tarde, ainda baseado nos conceitos de
Crosby (1992) passou a definir qualidade como conformidade dos requerimentos
dos clientes, atrelados à oferta de serviços de pós-venda que passa a garantir
reparo durante sua vida útil, ou parte dela.
De
acordo com Vicente, a qualidade difere as especificações criadas pelo projeto
com as necessidades e desejos dos clientes-alvo. O marketing interage
integralmente na expectativa desejada e criada para transformar o produto final
naquilo que realmente se espera, exigindo rapidez e complexidade das empresas
na capacidade de antecipar essas necessidades para o futuro.
No
segundo momento, o autor lança a proposta pela qualidade total, garantindo-a
através dos departamentos e áreas funcionais que excedem seu desempenho, sem
esperar somente pela área operacional, conduzindo a empresa à competitividade
duradoura.
Segundo
Vicente, o gerenciamento é fundamental e indispensável no programa da gestão da
qualidade e poderá ser implementado como programa-piloto em um departamento de
forma isolada. Deste ponto, determinam-se quais recursos são empregados
internamente que serão modificados pelos recursos transformadores, acionados
por clientes tanto interno quanto externo, atribuindo medidas de desempenho
para cada um dos produtos ou serviços de cada departamento. Segundo o autor,
esse gerenciamento deverá ser implementado através de fluxograma e controle de
rotina, contando em identificar algum problema gerencial a ser resolvido.
O
autor preocupa-se em trabalhar a autodisciplina dos colaboradores com a
implementação de bons hábitos que se reflitam em maior produtividade e
qualidade de vida na organização. Para ele é importante que todo cliente-alvo
deva estar satisfeito, não havendo lacunas e “que todos os departamentos e
funcionários da empresa devem trabalhar de forma integrada no sentido de
preencher essas lacunas ao longo do tempo”.
No terceiro
momento o José Vicente cita as razões para o declínio da Gestão da Qualidade
Total, fazendo uma comparação entre Japão, Estados Unidos e Brasil. Segundo
Vicente, Senger (1990) refere-se a gestão de negócios como modismo passageiro,
e que seu declínio começa quando surgem novas técnicas que fornecem resultados
melhores do que aqueles obtidos anteriormente através de outras metodologias
antes testadas. Uma das principais causas, principalmente no Brasil, segundo o
autor, dá-se à busca obsessiva pelo certificado ISSO 9000 na utopia que irá
assegurar a qualidade por parte de diversas empresas, esquecendo-se questões
como a motivação, o empowerment e o
trabalho em equipe, que deveriam ganhar prioridades, além de evitar a mudança
cultural.
Vicente
soube visualizar com minúcia os pontos negativos de uma gestão de qualidade
deficiente e em quais pontos poderemos trabalhar para acertar. Concordo com
Senge (1990) quando ele afirma que algumas empresas faltaram à compreensão da
essência da Gestão da Qualidade Total e/ou negligenciaram os aspectos
essenciais, adotando uma série de dificuldades e até mesmo cometendo erros
primários. Vicente apontou as prioridades das empresas que querem respostas
rápidas, e o porquê elas pecam com o tempo, levando-as a pesquisarem outros
tipos de estratégias que possam funcionar.
Essa
pesquisa publicada pode ser uma análise importante para os gestores,
empreendedores e estudantes em Administração, tanto no mundo acadêmico quanto
nas áreas de pesquisa social, podendo ajudar na reflexão dos nossos
comportamentos. Além de interessante, a publicação de Vicente serve para
avaliarmos o mundo filosófico e empreendedor, e nos desperta para uma visão
holística de como tudo pode estar funcionando e quais pontos nós devemos focar
para uma melhoria na qualidade total. Para melhor compreensão, devemos
pesquisar outras fontes, com olhos mais clínicos, voltados para a ciência em
sua amplitude e magnetismo.
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