terça-feira, 30 de julho de 2013

GESTÃO DA QUALIDADE TOTAL: AS DIFERENÇAS NA GESTÃO DA QUALIDADE TOTAL

UNIDADE DE ENSINO SUPERIO DE FEIRA DE SANTANA – UNEF
CURSO DE ADMINISTRAÇÃO DE EMPRESAS
GESTÃO DA QUALIDADE TOTAL
PROFª. ROBERTA SANTANA
02 ABR. 2012

EBERVAL CALAZANS SANTOS

RESENHA: AS DIFERENÇAS NA GESTÃO DA QUALIDADE TOTAL

CORDEIRO, José Vicente B. de Mello. Reflexões sobre a Gestão da Qualidade Total: fim de mais um modismo ou incorporação do conceito por meio de novas ferramentas de gestão?. Curitiba: Ver. FAE, 2004.

José Vicente analisa as novas técnicas e modismo de gestão baseada na Gestão de Qualidade Total adotada por muitas organizações nos últimos anos, fazendo uma extensão de sua visão de realidade para empreendimentos que nasce com a preocupação de fazer melhorias no mundo da competitividade.
Segundo o Vicente, o Japão foi modelo para uma identidade influente para as principais empresas norte-americanas e européias, sendo um caso de estudo por quase uma década e modelo para adoção de premiações de Qualidade Total nos Estados Unidos, na Europa e até mesmo no Brasil.
De acordo com o autor, um estudo feito por Slack, Chamber e Jhonston demonstrou um declínio na eficácia da Qualidade Total a partir da metade da década de 90, o qual inspirou a sua publicação, abrindo uma discussão para as possíveis causas deste declínio.
Autor cita quatro diferentes fases estudadas por Garvin (2002) para definir a evolução da QT: era da inspeção, era do controle estatístico da qualidade, era da garantia da qualidade e era da administração estratégica da qualidade.
Ainda nesse primeiro momento, Vicente relembra a qualidade encontrada nos artesões e em seus trabalhos feitos manualmente com perfeccionismo antes da revolução industrial e da tecnologia da informática dominar esse espaço informal. O autor também relembra que o surgimento da produção em larga escala padronizou a tecnologia aplicada, possibilitando uma visualização ou análise mais precisa dos defeitos dos produtos antes de chegar ao consumidor final, resultando em “um aumento de custos de inspeção, que seria facilmente compensado pela redução de gastos com retrabalho e perda de material”, além de elevar o nível de qualidade apresentado.
O autor observa que não houve mudança na definição “qualidade” mesmo havendo mudança na forma de buscá-la. Através dos conceitos de Crosby (1979), sua definição recente e mais coerente baseia-se como a conformidade dos requerimentos de projeto e que mais tarde, ainda baseado nos conceitos de Crosby (1992) passou a definir qualidade como conformidade dos requerimentos dos clientes, atrelados à oferta de serviços de pós-venda que passa a garantir reparo durante sua vida útil, ou parte dela.
De acordo com Vicente, a qualidade difere as especificações criadas pelo projeto com as necessidades e desejos dos clientes-alvo. O marketing interage integralmente na expectativa desejada e criada para transformar o produto final naquilo que realmente se espera, exigindo rapidez e complexidade das empresas na capacidade de antecipar essas necessidades para o futuro.
No segundo momento, o autor lança a proposta pela qualidade total, garantindo-a através dos departamentos e áreas funcionais que excedem seu desempenho, sem esperar somente pela área operacional, conduzindo a empresa à competitividade duradoura.
Segundo Vicente, o gerenciamento é fundamental e indispensável no programa da gestão da qualidade e poderá ser implementado como programa-piloto em um departamento de forma isolada. Deste ponto, determinam-se quais recursos são empregados internamente que serão modificados pelos recursos transformadores, acionados por clientes tanto interno quanto externo, atribuindo medidas de desempenho para cada um dos produtos ou serviços de cada departamento. Segundo o autor, esse gerenciamento deverá ser implementado através de fluxograma e controle de rotina, contando em identificar algum problema gerencial a ser resolvido.
O autor preocupa-se em trabalhar a autodisciplina dos colaboradores com a implementação de bons hábitos que se reflitam em maior produtividade e qualidade de vida na organização. Para ele é importante que todo cliente-alvo deva estar satisfeito, não havendo lacunas e “que todos os departamentos e funcionários da empresa devem trabalhar de forma integrada no sentido de preencher essas lacunas ao longo do tempo”.
No terceiro momento o José Vicente cita as razões para o declínio da Gestão da Qualidade Total, fazendo uma comparação entre Japão, Estados Unidos e Brasil. Segundo Vicente, Senger (1990) refere-se a gestão de negócios como modismo passageiro, e que seu declínio começa quando surgem novas técnicas que fornecem resultados melhores do que aqueles obtidos anteriormente através de outras metodologias antes testadas. Uma das principais causas, principalmente no Brasil, segundo o autor, dá-se à busca obsessiva pelo certificado ISSO 9000 na utopia que irá assegurar a qualidade por parte de diversas empresas, esquecendo-se questões como a motivação, o empowerment e o trabalho em equipe, que deveriam ganhar prioridades, além de evitar a mudança cultural.
Vicente soube visualizar com minúcia os pontos negativos de uma gestão de qualidade deficiente e em quais pontos poderemos trabalhar para acertar. Concordo com Senge (1990) quando ele afirma que algumas empresas faltaram à compreensão da essência da Gestão da Qualidade Total e/ou negligenciaram os aspectos essenciais, adotando uma série de dificuldades e até mesmo cometendo erros primários. Vicente apontou as prioridades das empresas que querem respostas rápidas, e o porquê elas pecam com o tempo, levando-as a pesquisarem outros tipos de estratégias que possam funcionar.

Essa pesquisa publicada pode ser uma análise importante para os gestores, empreendedores e estudantes em Administração, tanto no mundo acadêmico quanto nas áreas de pesquisa social, podendo ajudar na reflexão dos nossos comportamentos. Além de interessante, a publicação de Vicente serve para avaliarmos o mundo filosófico e empreendedor, e nos desperta para uma visão holística de como tudo pode estar funcionando e quais pontos nós devemos focar para uma melhoria na qualidade total. Para melhor compreensão, devemos pesquisar outras fontes, com olhos mais clínicos, voltados para a ciência em sua amplitude e magnetismo.

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