Baseado
numa situação de disputa entre Estados Unidos e China, o autor exemplifica as
estratégias do governo chinês para dominar o mercado externo, através da
determinação do fechamento temporário da maior parte de suas indústrias de terras
raras, englobando elementos químicos essenciais para aplicações de alta
tecnologia, como componentes de computadores, turbinas de geração de energia
eólica e lâmpadas fluorescentes compactas. O autor frisou essa situação porque
a China possuía as maiores reservas mundiais estimadas, com o controle de 95%
da produção mundial.
Segundo
Netto, o “desenvolvimento é basicamente
alimentado pelas inovações”, o que quer dizer que os Estados Unidos estão a
um passo para perder o “reinado” da tecnologia para a China. Desde 2007 o país
chinês está na liderança no item competitividade tecnológica. Mas a receita
está na manufatura de baixo custo, o foco em tecnologia de ponta e a combinação
com a crescente ênfase em pesquisa e desenvolvimento.
Delfim
Netto critica os mercados mundiais, considerando suas visões “embaçadas” e suas
ações retardadas, deixando a China passar à frente por displicência e
ineficácia. Segundo o autor, a china está deixando o mercado mundial dependente
da mão-de-obra chinesa e de suas manufaturas. Exemplo disso é a dificuldade em
encontrar um produto “made in USA” nas grandes redes comerciais de toda a América,
incluindo fortemente os EUA.
Segundo
Delfim, o que interessa para a China é o lucro imediato a qualquer preço.
Enquanto os ocidentes terceirizam as táticas e ganham em curto prazo, a China
assimila essas táticas, cria unidades produtivas de alto desempenho para
dominar em longo prazo.
Netto
exemplifica as condições dos EUA há 30 anos atrás como os maiores produtores do
mundo, porém numa época errada, ao contrário da sabedoria chinesa, que soube
esperar o momento certo para aplicar seu “tiro de misericórdia”. O mais
interessante de tudo isso é que Netto frisou que sua conquista nos mercados foi
com muito esforço na mão-de-obra, com baixos custos, métodos primitivos e
incentivos apropriados, a custo de paciência e oportunidade para agir, sem
comprometer a política financeira do país.
Ainda
há um caso agravante nessa crítica feita por Delfim Netto: a competição de
mercado do futuro. A china sempre teve suas portas fechadas para a economia de
fora. Enquanto as grandes potências mercadológicas ficam com as marcas e os
desenhos e grifes, os chineses ficam com a produção, assistindo, estimulando e
contribuindo para derrubar os parques industriais ocidentais.
Netto
reconhece o propósito da competição de mercado, e apóia os estímulos chineses
através da taxa de câmbio desvalorizada, taxa de juros baixa e amplo crédito de
exportação, que poderiam ser oferecidos para quem investir localmente. Porém,
somente a China tem se mostrado “o mais apetitoso mercado interno do mundo”, e
por isso tem chegado à frente dos outros países. Quando o mundo se der conta,
será muito tarde, porque a China terá as taxas de mercado em seu domínio e
poderá controlar os preços dos produtos, catalisando diretamente numa Nova
Ordem Mundial.
Essa
carta do economista Delfim Netto, alertando-nos do nosso trágico futuro
econômico, trata de assuntos sobre o comando da China diretamente sobre nossos
bolsos, e que são de valores para os Economistas, Matemáticos Financeiros,
Contabilistas e Administradores em geral, tanto no mundo acadêmico como nas
áreas de pesquisas científicas, ajudando a nos preparar para a “paulada”
político-econômica que está por vir.
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